quinta-feira, 16 de julho de 2009

Capitão América


Ontem, por volta da meia noite acabou o sonho do Cruzeiro de conquistar pela terceira vez a América. A equipe azul-celeste de Belo Horizonte foi derrotada pelos hermanos do Estudiantes por 2 tentos a 1 diante de mais de 60 mil torcedores - e o pior - de virada. Os argentinos conquistaram o quarto título da competição e colocaram seu país mais longe ainda do resto da América , deixando a Argentina com 22 títulos da Libertadores.

Depois de um primeiro tempo equilibrado, com um leve domínio da equipe de La Plata, os dois times voltaram ao gramado visivelmente decididos a não levarem a partida para a prorrogação ou pênaltis. Logo aos seis minutos Henrique dominou a bola e chutou de fora da área; a bola resvalou em Desábato e morreu no cantinho do arqueiro argentino. O Mineirão que até então tinha um ar muito mais apreensivo do que festivo, explodiu em comemoração.

O Cruzeiro porém, não soube aproveitar a vantagem e talvez tenha esquecido de que jogava contra uma equipe argentina, que dificilmente sente a pressão externa e reage friamente diante de um resultado adverso. Apenas cinco minutos depois, com um cruzamento de Cellay vindo da direita, a bola quicou por toda a área e parou nos pés de Fernández que só teve o trabalho de empurrar para o gol já quase vazio. O empate trouxe de novo a preocupação aos torcedores e ao Cruzeiro propriamente dito, que apagou completamente após o golpe.

O Estudiantes claramente mais tranquilo, marcava muito bem e neutralizava toda e qualquer tentativa de organização ofensiva do Cruzeiro - além disso, saia para o ataque com inteligência e por diversas vezes pegou a defesa cruzeirense desarrumada. Foi exatamente em um desses contra -ataques que a equipe argentina ganhou um escanteio. Cobrado da direita por Véron, a bola viajou pela defesa e achou a cabeça de Boselli, que subiu sozinho e escorou forte e colocado no canto de Fábio.

A virada decretou o nocaute do Cruzeiro, que ainda tentou esboçar uma reação e o lance que poderia reanimá-lo veio aos 41 minutos. Thiago Ribeiro pegou a sobra de um escanteio e acertou o travessão, fazendo os torcedores quase se recordarem do chute de Elivelton, que deu o título aos mineiros em 1997. Ainda aos 46 minutos Thiago Heleno perdeu outra chance de empatar a partida, encobrindo o gol após receber a bola em boas condições, mas preferiu bater de primeira à dominar a bola.

O árbitro encerrou a final aos 48 e fez calar a parte azul do mineirão, que deixou o estádio num silêncio total e absoluto, de quem se pergunta o que pode ter acontecido com o time que conseguiu arrancar um empate em La Plata e ainda abrir o placar no Mineirão. Aliás é o que todos aqui no Brasil ainda se perguntam.

A vitória do Estudiantes foi indiscutível e como há muito não era vista. Um time argentino jogando uma final de Libertadores em território brasileiro, que sai perdendo e busca uma virada em 20 minutos, não é visto todos os anos. O destaque da partida foi o veterano Véron, que organizou as jogadas de ataque e conseguiu comandar o time friamente rumo a reação. Ao Cruzeiro resta não esmorecer e continuar a batalha para sair da incomoda 16ª posição no Brasileirão.